O "Café do Geléia", fundado por Giovanni Di PaZZo, começou como um pequeno café na esquina da rua Orlontis com a rua Coronel Verde. Servindo apenas poucas variações do simples café o lugar foi ganhando fama devido ao seu ambiente altamente aconchegante contendo fotos de viagens feitas pelo "Geléia" (apelido carinhoso de Giovanni), relíquias e artefatos adquiridos em suas diversas aventuras pelo mundo em busca do melhor café que existia. Certo ano, Giovanni conseguiu por métodos misteriosos o melhor café que os que ali passavam já haviam provado e começou a plantá-lo e serví-lo em seu pouco famoso "Café do Geléia". O lugar ganhou fama pelo seu café fabuloso e pelo ambiente que sugeria um conto de histórias entre amigos. Agora vivemos estas histórias... Bem vindos ao "Café do Geléia".

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cartas


            Estamos em plena era da informação, era digital, era da internet, chame como quiser, mas se tem uma coisa que gosto de acreditar que todos já fizeram é escrever uma carta. Sim, uma carta. Aquela folha de caderno arrancada do final, aquela folha sulfite avulsa que estava ao seu lado ou mesmo aquele papel todo especial, colorido e as vezes perfumado.
            Todos nós guardamos cartas. Guardamos aquelas que recebemos, as vezes temos o rascunho daquelas que enviamos e muitas vezes temos aquelas cartas que nunca foram enviadas e estão paradas em uma gaveta, cheias de memórias, e juntando pó. As cartas são como nossos melhores amigos. É para elas que podemos contar tudo e tudo que elas fazem é ouvir e guardar muito bem tudo aquilo, por mais confusa que seja sua mente e suas idéias e, é por este motivo que, no fundo, todos gostamos de escrever ou receber cartas. Confesso que não me lembro da primeira carta que recebi, mas tenho certeza que gostaria de tê-la guardado, pois, ela sozinha seria como um espelho refletindo meu passado, fazendo meu cérebro funcionar de uma maneira em que eu me lembraria de tudo que estava circulando minha vida na época em que a recebi. Eu poderia ver o que o remetente pensava de mim e o que ele queria dizer para mim, o que poderia ser importante ou simplesmente uma informação boba com o desejo de ser partilhada.
            Eu estava mexendo em algumas coisas no meu quarto recentemente e achei três cartas. Estes simples papéis foram o suficiente para me desviar do que eu estava fazendo, e do que eu estava indo fazer, para parar e ler aqueles relatos. Eu peguei as três cartas, me sentei em minha cama e cruzei as pernas enquanto me posicionei debaixo da luz incandescente para ler. A primeira carta que li foi uma surpresa de uma amiga e foi ela que me inspirou a escrever. A carta era um desabafo simplesmente, se é que pode se dizer isso, pois ela me disse tudo o que sentia na vida dela com relação a amigos se afastando e ,quando li aquilo, me senti muito mais próximo dela... através de uma carta. Pelo fato de a carta ser escrita com carinho, com pensamento focado e com vontade de querer dizer algo é que elas são tão especiais.
            As outras duas cartas eu guardo dentro da embalagem de um relógio de bolso. Uma caixinha simples com um interior aveludado e no formato do relógio que, sinceramente, é o meu favorito, mas o que eu menos uso. As cartas eram de uma outra amiga, uma ex-namorada, que me escreveu muito tempo depois de termos terminado e ainda assim eu as guardei com todo o cuidado e carinho do mundo, sabendo que elas foram escritas durante um turbilhão de ideias em meio a uma madrugada e, principalmente, escritas por uma pessoa cuja importância em minha vida é imensurável. Aquela carta estava recheada de sentimento, sentimentos estes que guardo cuidadosamente em meu coração e acredito que ela faça o mesmo.  Não pude evitar um sorriso bobo e sincero de vir ao meu rosto.
            Depois de ler as cartas, eu as guardei em uma gaveta cheia de memórias e sentimentos, ao lado de uma carta nunca entregue e embaixo do meu querido relógio de bolso que, curiosamente, nunca atrasa.
            Não sei se existe uma, mas eu gostei da simbologia disso. Acho que preciso escrever uma carta de volta para alguém e só posso esperar que ela seja guardada com tanto carinho e cuidado quanto guardo as minhas.

Você também deveria guardar suas cartas...

2 comentários:

Paulera disse...

Muito bom... Faz eu pensar porque joguei todas cartas que ja recebi fora... como se tivesse queimado minhas proprias memorias do passado.

NeveZ disse...

Realmente, mas nunca fui d guardar essas coisas...=/